“He had no choice but to become a prince. At least, since he realized that without a sacrifice called a “prince”, the tomorrow we hoped for would never come. Thus, reluctantly, he became one. In this world without princes. Speaking of which, just how did he become a prince? I still haven’t figured out that mistery.”
“Ele não teve escolha além de se tornar um príncipe. Pelo menos, ele percebeu que sem o sacríficio chamado ‘príncipe’, o amanhã que esperávamos nunca viria. Então, com relutância, ele se tornou um príncipe. Neste mundo sem príncipes. Falando nisso, como ele se tornou um príncipe? Eu ainda não resolvi esse mistério.”
É com esse monólogo que começa Eden of the East, dirigido e escrito por Kenji Kamiyama (Ghost in the Shell), com character designs de Chika Umino (Honey & Clover) e produzido pela empresa Production I.G.. Todos os bons nomes na produção já dão uma boa impressão do anime para alguns – uma boa impressão que é verdadeira. Cuidado com spoilers.
No dia 22 de Novembro de 2010, dez mísseis atingiram o Japão, mas sem provocar vítimas. Logo, o incidente foi desconsiderado pela maioria das pessoas, que continuaram com suas vidas normais, e é chamado de “Careless Monday”.
3 meses depois, Saki Morimi vai junto com alguns amigos da faculdade para os Estados Unidos – ela decide ir para Washington sozinha, e ao chegar lá e se meter em alguns pequenos problemas, é salva por Akira Takizawa – um homem misterioso que não lembra de nada sobre si próprio. Ele aparece nu e com apenas uma arma numa mão e um celular na outra: um celular com uma conta de 8 bilhões de yen. Logo ele descobre estar envolvido numa organização misteriosa chamada Seleção, e ao voltar ao Japão junto com Saki, ambos veem nas notícias que o país foi atingido por um míssel novamente – dessa vez, com várias vítimas.
Ok, vamos por partes. Primeiro, os personagens: mesmo gostando ou não de alguns, é impossível dizer que todos eles não são muito bem desenvolvidos. O que estiver em vermelho é a verdade vermelha (vai ver Umineko no Naku Koro Ni pra entender ), ou seja, spoilers. u.u
Akira Takizawa é um dos personagens mais carismáticos que vi nesses últimos animes que vem aparecendo, sériao. É difícil não gostar dele logo de cara, ou seja, logo que ele aparece pelado em frente a Casa Branca quase sendo atropelado. É impossível não rir das coisas que ele faz as vezes – e não só isso, mas você também vai percebendo durante o anime que ele é um personagem muito inteligente e às vezes, sério. Ele não é feito apenas de cenas divertidas, mostrando que sabe muito bem o que fazer em cada situação, com memórias ou não. Mesmo sendo um dos principais talvez ele seja um dos personagens mais misteriosos da série; você a começa sem saber absolutamente nada sobre ele. Mesmo assim, é muito difícil não se interessar por ele e não querer saber quem ele realmente é – algo que, sinceramente, eu me surpreendi. Não é muito difícil fazer mil teorias sobre ele logo no começo, e a forma na qual os mistérios são solucionados e que você descobre quem ele é é bem surpreendente.
Saki Morimi também é uma ótima personagem. Também me surpreendi bastante com ela, já que a achei um pouco ingênua no começo (digo, quem confia num cara que aparece pelado e sem memórias? :|) mas vamos descobrindo pela série que ela é muito sensata. Ela também tem problemas, que além de muito diferentes dos de Akira, são muito reais – mostram a dificuldade que os mais jovens tem em entrar na sociedade, por exemplo, e vamos dizer que ela representa a parte mais real da série. Também é muito fácil se identificar com ela, e acho que posso dizer que você vai descobrindo sobre Akira e Seleção quase no mesmo ritmo que ela. E é meio impossível não simpatizar com a amizade que ela começa a fazer com o primeiro – algo que, obviamente, vira amor no final, duh.
Além dos dois personagens centrais temos os Seleção, uma organização misteriosa da qual Akira logo descobre que faz parte. Existem 12 membros, cada um representado por um número romano. Na verdade, Seleção é um jogo para salvar o Japão. Cada membro ganha 10 bilhões de yen para usar do jeito que quiser para salvar o país, da forma que interpretar; porém, entre eles, há uma pessoa escolhida pelo organizador do jogo que irá matar aqueles que quebrarem as regras. Eles não podem usar o dinheiro por benefício próprio, usá-lo muito tempo sem provocar resultados, tentar fugir ou deixá-lo acabar sem ter resultados. No final, apenas aquele que salvar o Japão sobreviverá. Eles tem uma pequena ajuda: Juiz. É uma voz misteriosa que eles podem chamar quando quiserem, para comprarem e realizarem qualquer coisa; quando Juiz atende a um pedido, é descontado um certo preço dos 10 bilhões. O organizador de tudo isso é o Mr. Outside, uma pessoa misteriosa e que ninguém sabe se está vivo ou morto…
Enquanto os mistérios da Seleção são a parte mais ‘pesada’ da série (indo desde cortar certas partes de homens até lançar certos mísseis…), temos uma parte mais leve: o Eden of the East. O clube que dá nome a série é um clube formado por Saki e alguns amigos da faculdade. Eles começaram como um pequeno clube de reciclagem, mas logo criaram um programa e um site de sucesso. O programa pode identificar qualquer coisa. Se não houver nenhuma legenda para uma pessoa ou objeto na database, você pode simplesmente tirar uma foto da coisa em questão e mandar ao site – em alguns segundos, usuários dele irão dar nomes e escrever legendas para a foto enviada. O projeto revolucionário infelizmente não deu certo, provocando um aumento no número de NEETs (pessoas que não tem uma perspectiva de contribuirem com a sociedade tão cedo, ou seja, não estudam ou trabalham). Esse é um dos focos da série.
Além dos personagens e das tramas, a animação também é linda. Sinceramente, não há outro adjetivo pra ela. Os cenários são muito bem desenhados, assim como as pessoas, que tem seus movimentos muito bem animados. Salvo alguns poucos momentos, você não vê uma cena mal feita ou mal desenhada. Há todo um cuidado em cada cena, em cada detalhe. É também muito fácil de saber o que os personagens sentem através de suas expressões e seus movimentos.
A música também é um caso a parte, e é uma das poucas trilha sonoras que consigo ouvir sem me cansar até hoje 8D Indo de músicas instrumentais à abertura cantada pelo Oasis (que infelizmente não acho um vídeo com áudio rs.) a um encerramento do school food punishment, a trilha sonora é muito variada e muito bonita. Não existem tantas músicas assim, mas elas são muito bem escolhidas para cada cena, dando um toque a mais para cada uma delas. Inclusive, preste atenção nas frases aparentemente aleatórias que você vê na abertura e aos movimentos de Akira no encerramento, que são dois shows à parte…
A série tem apenas 11 episódios. Dois filmes serão feitos para finalizá-la, um saindo no final de Novembro e outro no começo de Janeiro do ano que vem. Além dos dois, também foi feito um filme ‘extra’, que passou em poucas salas no Japão, e é um resumo da série original. O final é sensacional e não é um cliffhanger tão grande quanto se vê nos outros animes, apesar de ser digno de gritos e berros e ‘MELDELS EU PRECISO DOS FILMES’… u_u Os 11 episódios são muito bem aproveitados, sem enrolar muito na história ou ir muito rápido. Inclusive, esse último achei um dos pontos bons da série: ela equilibra o romance, a comédia e a solução (e invenção) dos mistérios de uma maneira perfeita. Você não fica entediado nem com coisa demais para raciocinar. Algo necessário para um anime tão curto quanto Eden…
Resumindo, nem vale a pena colocar pontos bons ou ruins porque vai ser meio difícil de dizer os ruins. Dou um 10 com todo orgulho pro anime, e é um dos que mais recomendo. Pena que não é tão conhecido e alguns não chegam nem perto por algum motivo que gostaria muito de saber qual… O_o Foi uma das minhas surpresas de 2009, recomendadíssimo pra sempre e um dos meus animes preferidos, e que venham os filmes \o/!
“E assim, ele se tornou um príncipe. Neste país sem reis…”
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